Intimidade
Longe de casa tem uma rua íngrime, de pedra e flamboyant. Rua calma, sem buzina nem sinal, grade ou prédio, rua com final. Para chegar, tem que subir até achar que acabou, aí tem que subir mais. Rua curva, reta torta de cara pro morro. Rua que na hora do almoço tem cheiro de comida e flor rosa no chão, e que à noite deixa a cigarra cantar. Rua em que se pode soltar os cachorros e as crianças, e aí tem que chamar para dentro porque tem sereno. Os gatos, esses, saem sem pedir licença. Rua em que se pode deixar o carro aberto com as compras dentro e namorar bastante do lado de fora. Rua boa, rua rara. Mas o melhor mesmo é aquele portãozinho branco, já meio enferrujado, que finje estar trancado, mas que basta colocar a mão com jeito que ele se abre para você. Aí dá vontade de ficar.
9 Comments:
Eu acho que eu já morei num lugar assim. Só não me lembro quando...
Se essa rua fosse minha, eu mandava ladrilhar com pedrinhas de brilhantes para o meu amor passar.
=P Lindo texto!
To lembrado, já fui!
Parabéns pelo trabalho, sua prosa é leve!
já ouvi falar dessa rua...
que coisa linda.
Que gostoso menina!
Comecei a ler o texto e quando reparei já estava esparramado na cadeira com as pernas esticadas!
Que delícia!
Fazia tempo que eu não entrava aqui, tive que me atualizar! E refiz meu blog viu... entra lá.
Beijos!
É, eu li seu texto dos 22. Eu postei outro, depois olha lá.
Beijos, adorei ontem!
hey, isso é uma delícia de revival pra mim...!
viva!
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