Subjetividades
Quando depois do baile não há nada além do peso no ar e do tilintar dos sapatos no mármore brancosozinhos na pista quando no espelho só se vê o borrado dos olhos vazios de uma promessa distantee quando na madrugada não há saída senão a lembrança esó o que existe é um muro alto,negro e duro à frenteesse é o choro que dói.
Me deixou em casa ainda sonolenta da viagem. Foram horas numa estrada entupida de rostos cansados e restos de comida. Ouvia-se o barulho das garrafas vazias no banco de trás a rolar, batendo umas nas outras. Cheguei abrindo tudo, portas, malas, geladeira e torneiras para preencher o vazio da casa que não tem mais o seu olhar doce e nem barulho de mar.